domingo, 4 de outubro de 2009

Bolsa de valores

As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados. No caso brasileiro, a BM&FBOVESPA S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA) é a principal bolsa de valores, administrando os mercados de Bolsa e de Balcão Organizado. A diferença entre esses mercados está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados em cada um deles. A BM&FBOVESPA também é responsável por administrar o mercado de bolsa de derivativos e de futuros (saiba mais sobre esse assunto na seção "O que é Bolsa de Mercadoria e Futuros").

As bolsas de valores são também os centros de negociação de valores mobiliários, que utilizam sistemas eletrônicos de negociação para efetuar compras e vendas desses valores. No Brasil, atualmente, as bolsas são organizadas sob a forma de sociedade por ações (S/A), reguladas e fiscalizadas pela CVM. As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de auto-regulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam. Todas as corretoras são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM.

A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários. Somente através das corretoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas transações de compra e venda desses valores.

Após o recente processo de desmutualização das bolsas de valores no Brasil, o direito de transacionar valores mobiliários em uma bolsa foi desvinculado da propriedade de ações. Anteriormente, apenas as corretoras proprietárias de títulos patrimoniais podiam negociar em Bolsa.

As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias "listadas". Para ter ações em bolsas, uma companhia deve ser aberta ou pública, o que não significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações. A companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela Lei das S.A. (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de obedecer a uma série de normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.

No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a BM&FBOVESPA é a principal. A BM&FBOVESPA foi criada em maio de 2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo. Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações de companhias abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities), derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários.

Funções das Bolsas de Valores
Os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores bem estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras. Nestes contextos, as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm ações de companhias abertas. Veja, a seguir, quais são os benefícios gerados pelas bolsas de valores para a economia e a sociedade como um todo:
Levantando capital para negócios - As bolsas de valores fornecem um excelente ambiente para as companhias levantarem capital para expansão de suas atividades através da venda de ações, e outros valores mobiliários, ao público investidor.
Mobilizando poupanças em investimentos - Quando as pessoas investem suas poupanças em ações de companhias abertas, isto leva a uma alocação mais racional dos recursos da economia, porque os recursos - que, de outra forma, poderiam ter sido utilizados no consumo de bens e serviços ou mantidos em contas bancárias - são mobilizados e redirecionados para promover atividades que geram novos negócios, beneficiando vários setores da economia, tais como, agricultura, comércio e indústria, resultando num crescimento econômico mais forte e no aumento do nível de produtividade.
Facilitando o crescimento de companhias - Para uma companhia, as aquisições e/ou fusões de outras empresas são vistas como oportunidades de expansão da linha de produtos, aumento dos canais de distribuição, aumento de sua participação no mercado etc. As bolsas servem como um canal que as companhias utilizam para aumentar seus ativos e seu valor de mercado através da oferta de compra de ações de uma companhia por outra companhia. Esta é a forma mais simples e comum de uma companhia crescer através das aquisições ou fusões. Quando feitas em bolsas, as aquisições e fusões são mais transparentes e permitem uma maior valorização da companhia, pois as informações são mais divulgadas e há uma maior interação dos agentes envolvidos, tanto compradores quanto vendedores.
Redistribuindo a renda - Ao dar a oportunidade para uma grande variedade de pessoas adquirir ações de companhias abertas e, conseqüentemente, de torná-las sócias de negócios lucrativos, o mercado de capitais ajuda a reduzir a desigualdade da distribuição da renda de um país. Ambos os investidores - casuais e profissionais - , através do aumento de preço das ações e da distribuição de dividendos, têm a oportunidade de compartilhar os lucros nos negócios bem sucedidos feitos pelos administradores das companhias.
Aprimorando a Governança Corporativa - A demanda cada vez maior de novos acionistas, as regras cada vez mais rígidas do governo e das bolsas de valores têm levado as companhias a melhorar cada vez mais seus padrões de administração e eficiência. Conseqüentemente, é comum dizer que as companhias abertas são mais bem administradas que as companhias fechadas (companhias cujas ações não são negociadas publicamente e que geralmente pertencem aos fundadores, familiares ou herdeiros ou a um grupo pequeno de investidores). Os princípios de governança corporativa estão, cada vez mais, sendo aceitos e aprimorados.
Criando oportunidades de investimento para pequenos investidores - Diferentemente de outros empreendimentos que necessitam de grandes somas de capital, o investimento em ações é aberto para quaisquer indivíduos, sejam eles grandes ou pequenos investidores. Um pequeno investidor pode adquirir a quantidade de ações que está de acordo com sua capacidade financeira, tornando-se sócio minoritário (mesmo tendo participação percentual ínfima no capital da companhia), sem que tenha que ficar excluído do mercado de capitais apenas por ser pequeno. Desta forma, a bolsa de valores abre a possibilidade de uma fonte de renda adicional para pequenos poupadores.
Atuando como Termômetro da Economia - Na bolsa de valores, os preços das ações oscilam dependendo amplamente das forças do mercado e tendem a acompanhar o ritmo da economia, refletindo seus momentos de retração, estabilidade ou crescimento. Uma recessão, depressão, ou crise financeira pode eventualmente levar a uma queda (ou até mesmo uma quebra) do mercado. Desta forma, o movimento dos preços das ações das companhias e, de forma ampla, os índices de ações são um bom indicador das tendências da economia.
Ajudando no financiamento de projetos sociais - Os governos federal, estadual ou municipal podem contar com as bolsas de valores ao emprestar dinheiro para a iniciativa privada para financiar grandes projetos de infra-estrutura, tais como estradas, portos, saneamento básico ou empreendimentos imobiliários para camadas mais pobres da população. Geralmente, esses tipos de projetos necessitam de grande volume de recursos financeiros, que as empresas ou investidores não teriam condições de levantar sozinhas sem contar com a participação governamental. Os governos, para levantarem recursos, utilizam-se da emissão de títulos públicos. Esses títulos podem ser negociados nas bolsas de valores. O levantamento de recursos privados, por meio da emissão de títulos, elimina a necessidade (pelo menos no curto prazo) dos governos sobretaxarem seus cidadãos e, desta maneira, as bolsas de valores estão ajudando indiretamente no financiamento do desenvolvimento.

O que é Ibovespa?


O Índice Bovespa é um dos mais importantes indicadores do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro, na medida em que o índice procura representar o comportamento dos principais papéis listados e negociados na BOVESPA. Além disso, vale destacar que a credibilidade do IBOVESPA advém do fato do índice possuir uma longa história de integridade de sua série histórica, sem sofrer nenhum tipo de modificação metodológica desde a sua implementação em 1968.

Na prática o IBOVESPA é o valor atual, em moeda corrente de uma carteira teórica de ações constituída em 02 de janeiro de 1968, a partir da aplicação hipotética de 100 unidades monetárias da época. A metodologia do índice assume o pressuposto de nenhum investimento adicional foi efetuado, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras – dividendos, bonificações, juros de capital próprio, etc. Assim, o índice reflete as variações de preços das ações e o impacto da distribuição dos proventos, se traduzindo num medidor que reflete o retorno total da carteira de ações que ele representa. Em outras palavras, o Índice Bovespa reflete o comportamento médio das principais ações negociadas no mercado à vista nos pregões da BOVESPA, servindo como um dos indicadores médio do comportamento do mercado acionário.

Em termos de representatividade, o IBOVESPA busca apresentar uma configuração que espelhe com a máxima fidelidade o real comportamento das ações negociadas no mercado à vista. Assim, as ações componentes da carteira teórica do IBOVESPA são responsáveis por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro no mercado à vista da BOVESPA. Além disso, as empresas emissoras das ações integrantes da carteira teórica representam, em média, cerca de 70% do somatório da capitalização de todas as empresas listadas na BOVESPA.

A carteira teórica do IBOVESPA é formada pelas ações que atenderam cumulativamente aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira: i) estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais; ii) apresentem participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total; iii) ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período. Dentro dessa metodologia, a cada quadrimestre a carteira teórica do IBOVESPA é reavaliada, visando manter a sua representatividade ao longo do tempo. Em tais reavaliações, identificam-se as alterações na participação relativa de cada ação no índice, bem como sua permanência ou exclusão, além é claro, das novas inclusões. Vale destacar que as ações que não atenderem simultaneamente a dois dos três critérios definidos para a inclusão são excluídas do IBOVESPA. A carteira teórica tem vigência de quatro meses, vigorando para os períodos janeiro-abril, maio- agosto e setembro-dezembro.

A Bolsa de São Paulo calcula o índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista com ações componentes da sua carteira, sendo divulgado pela rede de difusão da própria bolsa e por terceiros, sendo possível, dessa forma, acompanhar on line seu comportamento. Atualmente, a carteira do IBOVESPA é composta por 54 ações, sendo Petrobrás, Vale, Usiminas, Telemar, CSN, Gerdau S.A, Caemi e Bradesco as que possuem maior peso na composição do índice.

Fundos DI: O custo do fundo DI
Hoje em dia há um enorme número de fundos de investimento. Predominam os fundos que investem em títulos de dívida de empresas, bancos e, principalmente, do governo. São os chamados fundos de renda fixa, embora o nome não corresponda muito bem aos títulos que de fato compõem tais fundos. Foi o tempo em que a maioria dos títulos de dívida realmente ofereciam uma “renda fixa” no mercado brasileiro.

Atualmente, o rendimento da maioria dos títulos é determinado somente no seu vencimento ou no aniversário de pagamento do rendimento, quando é calculado o juro segundo uma fórmula pré-estipulada, que pode envolver índices de inflação, a variação do dólar ou, na maior parte dos casos, o valor acumulado de uma taxa de juros, como as taxas DI ou SELIC.

A maior parte dos fundos brasileiros investe somente em ativos de renda fixa, que constituem mais de 90% do patrimônio agregado dos fundos de investimento. Os fundos referenciados ao DI são o tipo mais popular de fundo de renda fixa.

Os fundos DI são oferecidos por grande parte dos administradores de investimento, particularmente por aqueles ligados aos grandes bancos. Pode-se dizer, sem exagero, que o fundo DI é a espinha dorsal da indústria de fundos brasileira. Ainda assim, há alguns mal entendidos a respeito deles.

Por exemplo, os investidores muitas vezes não sabem que as taxas de administração cobradas pelos fundos variam muito entre instituições e, principalmente, na mesma instituição. Os investidores podem, também, não notar que os fundos DI são muito parecidos entre si. Os fundos investem, predominantemente, em títulos do Tesouro Nacional que oferecem taxas pós-fixadas, atreladas à taxa SELIC, em títulos privados pós-fixados, como os CDB emitidos pelos bancos, com remuneração atrelada à taxa do CDI.

A taxa de administração difere entre fundos de uma mesma instituição em função do tipo de público a que se destina o fundo. Por exemplo, fundos DI com investimento mínimo elevado cobram taxas de administração mais baixas do que fundos DI que permitem investimento mínimo baixo, como é o caso dos fundos DI disponíveis para os clientes de varejo bancário, particularmente para pequenos poupadores. Entretanto, a taxa de administração faz muita diferença no longo prazo. Elas podem variar de menos de 0,5% ao ano até mais do que 4% ao ano para fundos DI.

Na realidade, não há vários fundos DI em uma mesma instituição. De fato, os fundos comercializados investem em quotas de um grande fundo DI administrado pela instituição. Todos os investidores estão no mesmo avião, tanto os que pagam menos de 0,5%, quanto os que pagam mais de 4%. Só que cada um pagou um valor diferente pela viagem. Portanto, você deve estar sempre atento à oportunidade de trocar de fundo, passando a pagar uma taxa de administração mais baixa.

A conta investimento facilitou esta troca. Se você investe em fundos DI, veja seu saldo e converse com a sua instituição financeira. Pode haver a possibilidade de pagar uma taxa de administração menor sem que você seja penalizado por esta troca. Se você pensa em investir em fundos DI, examine as taxas de administração cobradas e o investimento mínimo dos fundos que lhe interessam. Sempre é possível juntar dinheiro temporariamente em um fundo que cobra taxas mais altas visando passar para o de taxa mais baixa assim que possível. Finalmente, em geral é verdade que as taxas cobradas por administradores de investimento ligados a grandes bancos sejam mais elevadas que as taxas cobradas por administradores independentes. Portanto, pesquise.

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