sábado, 3 de outubro de 2009

Projeto de Vida

Irei aqui apresentar 2 formas de fazer um projeto de Vida.
Acho que da para juntar os 2 e fazer um bom planejamento para você.


1º Projeto de Vida

Uma abordagem objetiva do seu sucesso pessoal

"E ao final vão lhe perguntar:
o que é que você fez da sua vida?
e você? o que vai responder? nada?"
Tchekhov.


É muito importante para todos nós saber para onde vamos e como vamos chegar lá. As empresas de sucesso tem conseguido sobreviver e vencer, estabelecendo uma visão de futuro bem definida e estabelecendo estratégias para construir o sucesso esperado. As pessoas não são diferentes das empresas. Se olharmos por um ângulo mais amplo, vamos perceber que todos nós temos que definir de maneira clara a nossa VISÃO DE FUTURO e precisamos ter um PLANO DE AÇÃO que tornará real esta nossa visão.
O presente material foi desenvolvido com base em nossa experiência junto á empresas e grupos de pessoas que estão preocupadas em sobreviver e vencer. Se você está cansado de lutar sem ter muitos resultados, talvez seja porque você ainda não tem seus horizontes claramente definidos. Este material não é uma fórmula mágica que irá resolver todos os seus problemas, ele na verdade vai ajuda-lo a construir o seu futuro. Se você leva-lo a sério e desenvolver a sua persistência, encontrará alguns caminhos que poderão conduzi-lo ao SUCESSO.
A seguir definirei alguns conceitos e apresentarei os mecanismos de construção de sua meta pessoal para o futuro.


"Cheguem até a borda, disse ele.
Eles responderam: - Temos medo!
Cheguem até a borda, ele repetiu.
Eles chegaram, ele os empurrou...
e eles VOARAM..."
Guilherme Apollinari
Vamos Começar ????


1o PASSO: Como conseguir transformar seus sonhos em metas? Antes, você deve planejar a sua vida, planejando o que será feito daqui a 1 ano, 5 anos, 10 anos. Pois isso força a pessoa a seguir o combinado. Defina suas metas para o ano de 1999 nos campos ESPIRITUAL, SOCIAL/FAMILIAR e PROFISSIONAL.
Neste momento é importante definir a meta de forma clara e objetiva. Diga o que quer alcançar de maneira detalhada. Exemplos.:

•Fazer um curso intensivo de Inglês até o dia 31 de Dezembro de 1999.
•Dedicar um dia inteiro da semana para minha família
•Desenvolver atividades físicas durante três vezes na semana
•Ler um livro por mês
•Comprar um terreno para a construção de minha casa de praia
Lembre-se: A meta deve ser sua, não se deve seguir a meta que impõem a você.


2o PASSO: Usando o formulário MEU DIAGNÓSTICO, que está no final deste trabalho, realize uma avaliação sincera de todas as condições que o cercam e defina quais são as circunstâncias que podem ajudar ou atrapalhar o atingimento de suas metas. Agora em diante, a única certeza é que a mudança e o volume de informações cresce exponencialmente. A única vantagem que você tem em relação ao seu competidor é a capacidade de aprender mais rápido e mudar.
Para isto, é preciso que você esteja familiarizado com os seguintes conceitos:
AMEAÇAS: São todas as circunstâncias EXTERNAS que podem prejudicar o atingimento de suas metas.
Exemplos:
•Desemprego
•Violência
•Pressão de grupos
•Preconceito religioso
•Preconceito racial
•Inveja

OPORTUNIDADES: Circunstâncias EXTERNAS que podem facilitar o atingimento de suas metas.

Exemplos:
•Facilidade de acesso à informação/cultura
•Tempo disponível para estudar.
FORÇAS: Características PESSOAIS que podem facilitar o atingimento de suas metas.

Exemplos:
•Vontade de vencer
•Entusiasmo
•Perseverança
•Espiritualidade
•Facilidade de comunicar-se

FRAQUEZAS: Características pessoais que podem prejudicar o atingimento de suas metas. Exemplos:
•Preguiça
•Traumas de infância
•Auto-suficiência
•Insegurança
•Timidez
•Descontrole financeiro


3o PASSO: Uma vez que você tenha realizado seu diagnóstico, procure analisar criticamente todas as suas dificuldades:
AMEAÇAS: Pense no que você poderia fazer para neutraliza-las. De que forma você tem lidado com elas? Elas realmente interferem no seu dia-a-dia? Será que você está dando demasiada importância para elas? Será que você tem dado oportunidades para seus opositores influenciá-lo?

OPORTUNIDADES: Aproveite-as o máximo que você puder. Potencialize-as. Conheça pessoas que podem ajudá-lo. As pessoas são nosso mais valioso patrimônio. São o que chamamos de CAPITAL SOCIAL. Conselhos, exemplos, situações, problemas, tudo pode ser oportunidade de APRENDIZADO. Esteja pronto para agir. Um jogador de Xadrez quando move uma peça, ele o faz, já sabendo pelo menos 5 lances possíveis do seu adversário. Conheça os cenários que o cerca.

FORÇAS: Você foi criado por DEUS. Ele se preocupou em dota-lo de um conjunto de recursos para sua sobrevivência e felicidade. Identifique suas forças, suas características pessoais positivas, resgate todas as suas experiências de vida, as boas e as ruins, veja quais foram as lições que você aprendeu com elas. Use-as em seu benefício e das outras pessoas.

FRAQUEZAS: Tenha consciência de que elas existem. Procure conhece-las e avalie se elas realmente tem algum fundamento. Livre-se dos fantasmas do passado. Avalie seu grau de AUTO-ESTIMA.
Lembre-se: "Se você se concentra naquilo que você não quer em vez de se concentrar naquilo que você quer é o mesmo se estivesse dirigindo um automóvel olhando somente o espelho retrovisor. Você sabe de onde você esta vindo, mas não sabe para onde vai."


4o PASSO: Monte seu plano de ação
Usando os formulários PLANO DE AÇÃO que estão no final deste trabalho, detalhe as ações a partir de um projeto definido. O importante é ter consciência de que você não precisa estabelecer numerosas metas para o ano. Comece com metas realistas e desafiadoras. Quando o empreendimento é muito grande devemos dividi-los em pequenas metas. Escreva-as de maneira objetiva e detalhada, para que você possa acompanha-las permanentemente.

ADMINISTRE O SEU TEMPO E SEUS RECURSOS
Olhe para todas as coisas que consomem seu tempo e/ou dinheiro e, pergunte-se: Isso realmente é necessário? Se a resposta for negativa, não perca tempo nem dinheiro com isto.
A seguir, exemplificaremos cada campo do formulário, para ajudá-lo no preenchimento.

Associe cada Número com cada coisa.
Ex:
1 com o 1 com o 1 com o 1
2 com o 2 com o 2 com o 2
3 com o 3 com o 3 com o 3
4 com o 4 com o 4 com o 4


Ex.:
1. Escolher bairro onde quero morar;
2. Verificar preço dos terrenos;
3. Definir programa de poupança
4. Dar entrada no terreno

Ex.:
1. Imediato
2. 12/01/2010
3. Imediato
4. 01/04/2010

Ex.:
1. Discutindo critérios com minha família
2. Consultando jornais, Imobiliárias, moradores e etc.;
3. Identificar todos os custos fixos, abrir poupança e apertar os cintos
4. Contrato com proprietário

Ex.:
1. Realizar reunião, comprometendo-os
2. Envolver as crianças
3. Abrir poupança programada sem facilidades de saque
4. Assinar notas promissórias ou cheques pré-datados


5o PASSO: Comece LOGO. Se você estabelecer um prazo de início muito longo, você poderá não começar. Cuidado com suas FRAQUEZAS. Estude atentamente suas estratégias e reavalie sempre. Avalie periodicamente suas ações e corrija seu plano de acordo com as suas avaliações.

2º Projeto de Vida

O Projeto Você
Quais são suas prioridades? O que você quer ser em cinco anos? Aprenda, passo a passo, a fazer o projeto da sua vida.

Paul Campbell Dinsmore / Márcia Rocha e Maria Tereza Gomes
Marca Você, Empregabilidade, A Empresa é Você. Nos anos 90, estas expressões anunciaram a chegada de um profissional desprendido, meio nômade, que muda de empresa em razão de novos projetos e desafios.Na teoria, parece perfeito. Afinal, quem não gostaria de pautar sua trajetória no trabalho por seus desejos pessoais? Na prática, porém, as coisas são um pouco mais complicadas, porque exigem que você assuma de vez as rédeas de sua carreira.Acontece que não é possível cuidar da carreira sem se preocupar com sua vida como um todo. Isso é óbvio,mas é justamente nesse ponto que muita gente se atrapalha. As pessoas costumam pensar trabalho e vida pessoal como se fossem duas coisas distintas, quando, na verdade, não são. Em outras palavras, mais que um projeto profissional, você precisa de um projeto de vida. Exatamente como ocorre no trabalho, sua vida é um projeto, pois começa, termina e é única. Ela consiste numa série de fases inter-relacionadas, possui limitações de custo e de tempo e tem na qualidade um parâmetro altamente desejável. E, como os projetos corporativos, seu projeto é único, não se repete. Quer motivo melhor para planejar tudo com o maior cuidado?
Pense em sua vida como um projeto integrado, que envolve trabalho e família, suas atividades e vontades, o que você já fez e o que ainda deseja realizar. Seu projeto pessoal precisa de metodologia, revisão constante e flexibilidade para incorporar os ajustes que se tornam necessários com o tempo. E as analogias com o mundo corporativo não param por aí: para montar seu projeto, minha sugestão é que você use uma metodologia adotada em grandes empresas. Estou falando do Guide to the PMBOK — Project Management Body of Knowledge (em português, seria algo como guia ao universo de conhecimento em gerência de projetos), publicação do Project Management Instituí (PMI), organização internacional sediada na Pensilvânia, Estados Unidos. Trata-se da bíblia da gestão de projetos das grandes corporações. Seguindo as orientações do PMBOK, é possível gerenciar o Projeto Você e manter o controle de seu rumo independentemente de tempos turbulentos.

PASSO 1: descubra quem é você

No seu projeto de vida, o recurso humano vital é você mesmo. Por isso, saber quem você é marca o ponto de partida. Claro que isso não é uma tarefa fácil, mas as perguntas a seguir podem ajudá-lo a fazer essa reflexão:
• Quais são meus valores básicos?
• Quais são meus pontos fortes?
• No que preciso melhorar?
• Quais as oportunidades que poderei aproveitar?
• O que ameaça meus planos?
• Quanto de meu tempo vivo no passado, remoendo ou analisando fatos que já ocorreram?
• Da mesma maneira, quanto de meu tempo me dedico a pensar no futuro, sonhando, imaginando,
esperando e planejando?
• E quanto ao presente?

PASSO 2: coloque sua missão no papel

Além de saber quem você é, conhecer o porquê de sua vida é outro ponto fundamental na construção de seu projeto. Se a visualização de seu sonho pessoal é cristalina, otimista e motivadora, ela facilmente se traduzirá numa missão pessoal que o lançará em direção às suas metas. Por outro lado, se a imagem é nebulosa e vaga, é provável que sua missão pessoal fique confusa, bloqueando assim o caminho para você conseguir o que deseja. Veja a seguir um exemplo feliz de missão pessoal — leia e inspire-se para fazer a sua. Minha missão é viver em paz e gerar prosperidade espiritual e material para mim, meus filhos, minha família, meus colegas de trabalho e as pessoas ao meu redor, por meio do bom exemplo, do comportamento amoroso e centrado e da busca de excelência profissional e pessoal.

PASSO 3: faça parcerias

Não se iluda achando que será possível cumprir sozinho sua missão pessoal. Exatamente como acontece
nas empresas, você também precisa de quem o apóie — na linguagem corporativa, é o que se chama de
stakeholders. Na vida, os principais são os stakeholders campeões — pais, parentes, chefes e parceiros,
Pessoas que o influenciam muito. O segundo tipo de parceiro é o stakeholder participante. Ao longo da vida, você fará parte de inúmeras equipes, formadas pelos amigos de infância, pelos pares de uma associação ou por colegas de trabalho. Finalmente, vêm os stakeholders terceiros, aqueles que são contratados para apoiarsua causam. O corretor de imóveis, que vai ajudá-lo a realizar o sonho de compra da casa própria, é um deles.
Seu sucesso depende da qualidade de suas interações com os stakeholders. Para gerenciar plenamente
Esses contatos, liste todas as pessoas que o influenciam hoje e que poderão fazê-lo no futuro. Ao lado dos nomes, relacione ações concretas para aproveitar melhor esses contatos. Lembre-se de colocar datas para realizar as ações e de fazer uma revisão trimestral do plano de gerenciamento dos stakeholders.

PASSO 4: crie uma visão para sua vida

Agora que você já sabe quem você é, qual é sua missão e quem pode ajudá-lo a cumpri-la, é hora de
Estabelecer que metas você pretende atingir em determinado período de tempo. Essa é sua visão de futuro,que pode ser escrita em uma frase ou, no máximo, em um parágrafo. Trata-se de um projeto de longo prazo que merece pelo menos quatro abordagens diferentes.
1. Inicie com a visão de curto prazo fazendo projeções para daqui a três anos.
2. A visão de médio prazo ou dos próximos dez anos assegura continuidade e ajuda a visualizar o caminho a ser percorrido mais adiante.
3. A perspectiva de longo prazo, que vai até a aposentadoria, fornece a visão global de realizações a ser
alcançadas.
4. Por fim, pense nos anos dourados. Afinal, você também precisa viver bem essa etapa de sua vida.
Nenhum desses planos, no entanto, é definitivo. As circunstâncias da vida mudam. Logo, é necessário fazer uma revisão anual das quatro visões. O que você precisa fazer para atingir os objetivos que definiu?
Desmembre sua vida em grandes blocos, como família, saúde e lazer (qualidade de vida), educação e
Desenvolvimento profissional, carreira e finanças pessoais. Outra divisão é corpo, mente, espírito e coração.
Cada um dos blocos deve ser subdividido em itens menores até um nível de detalhamento suficiente para
desenvolver um plano de ação.

PASSO 5: gerencie o tempo

Algumas pessoas lidam naturalmente com o fator tempo. Outras, não. Um bom jeito de melhorar a utilização desse recurso escasso é a matriz do tempo. Ela ajuda a diferenciar os assuntos importantes dos urgentes.Importantes são aqueles projetos que têm influência direta sobre os resultados que você quer atingir. Os urgentes se caracterizam por premência temporal, mas não têm necessariamente importância. As crises acontecem quando um assunto é, ao mesmo tempo, importante e urgente. No trabalho, seria o equivalente a atrasar uma entrega para seu principal cliente.
Existem, porém, situações que exigem planejamento e controle: são importantes, mas não carregam a
bandeira vermelha da urgência, caso do desenvolvimento pessoal e profissional. Outros assuntos não são
importantes, mas são urgentes. Telefonemas e e-mails são alguns. Por fim, há as que desperdiçam tempo e não são nem importantes nem urgentes: a mania de perfeição é uma delas.
Em geral, ficamos presos às crises, enquanto o planejamento é sugado pelas trivialidades e desperdícios.
Isso acaba produzindo mais crises. A solução para quebrar esse ciclo é se concentrar nos assuntos importantes, o que tenderá a atenuar os efeitos dos estranguladores do tempo. Primeiro, planeje o seu tempo e, depois, o trabalho. Organize seu dia em blocos e estabeleça prioridades. Imagine outra forma de lidar com assuntos de menor importância: delegue, reorganize, elimine ou simplesmente deixe para fazer depois.Enfim, não adianta tentar fazer o tempo se expandir, porque isso não vai acontecer. O melhor é aprender gerenciá-lo.

PASSO 6: administre suas finanças

Relacione os aspectos financeiros de sua vida em períodos de cinco anos — são as metas macro. Depois,separe tudo em orçamentos detalhados anuais, as metas específicas. Esse trabalho inclui planejamento,estimativa, orçamento e controle:
• Determine que recursos (monetário, humano, material, intelectual) serão necessários para cada conjunto de atividades de sua vida.
• Estime os custos de cada grupo de atividades e estabeleça um plano para administrar os gastos.
• Faça o orçamento levando em conta seu plano de vida e as eventualidades que possam aparecer. Portanto,é aconselhável orçar para cima uma porcentagem contingencial de 10% a 20%.
• Controle os custos rastreando os gastos e comparando-os às previsões de seu orçamento. O segredo é
fazer mensalmente a previsão do fluxo de caixa para os próximos três meses e segui-la à risca. Se há déficit entre o que você pretende gastar no futuro e o que ganha agora, é necessário gerar receita adicional. Aí, as alternativas podem ser abrir um negócio, ter um segundo emprego ou fazer investimentos, por exemplo.

PASSO 7: conte com os riscos

Na vida particular, assim como nos projetos corporativos, os riscos existem e precisam ser gerenciados. Para isso, adote o modelo usado nas grandes empresas e comece identificando os riscos e tentando prever de onde eles podem vir. Há riscos relacionados à saúde, a questões financeiras, a catástrofes de força maior, entre outros. Tenham em mente os riscos que podem afetar você e desenvolva respostas adequadas a eles.Adquirir um bom plano de saúde e apólices de seguro é um bom jeito de lidar com essas ameaças. Só não se esqueça de reavaliar suas apólices de tempos em tempos. Afinal, como diz o ditado: o seguro morreu de velho.

PASSO 8: junte todas as peças

Os fundamentos para gerenciar seu projeto de vida você já viu. Agora, é preciso fazer com que todas as
áreas sejam gerenciadas ao mesmo tempo. Um deslize em uma delas é suficiente para iniciar um efeito
dominó nas outras. Tanto nos projetos corporativos como na vida existe uma conexão íntima entre todas as áreas. Comece juntando as partes do Projeto Você num único documento. Siga os planos traçados, usando ferramentas como agendas eletrônicas ou computadores de mão para conseguir se organizar melhor. E, já que as mudanças são inevitáveis, trate de fazer planos que tenham elasticidade suficiente para ser alterados. Por fim, não se esqueça de que nenhum projeto de vida vale a pena se não tiver qualidade. Em outras palavras: você tem obrigação de ser feliz.

Técnica relâmpago para escrever sua visão
Em menos de 15 minutos, você pode escrever sua visão de vida. O documento deve responder aonde você quer chegar em determinado período. Use um despertador para se manter no horário estipulado (a pressão do tempo faz parte do processo). Procure um lugar tranqüilo onde não será interrompido:
• Reflita sobre sua missão (1 minuto): o que você quer fazer na vida e como isso afetará sua visão? Caso
ainda não tenha escrito sua missão, escreva-a agora, em 2 minutos, sem se preocupar em aperfeiçoar texto.
• Visão de seis meses (2 minutos): pense livremente e anote telegraficamente o que gostaria de alcançar
nesse período. No fim, em 1 minuto adicional, faça uma revisão nas anotações para não haver dúvidas no
futuro.
• Visão de dois anos (2 minutos): faça o mesmo exercício para dois anos. Assinale a data final do período.
Anote seus pensamentos, sem censurá-los, sobre o que gostaria de realizar nesses dois anos. Por último,
revise as anotações.
• Visão de sete anos (2 minutos): faça o mesmo exercício de antes pensando em tudo o que gostaria de
realizar até o final de sete anos. Depois, revise as anotações.
• Revise todas as anotações nos 2 minutos finais. Guarde-as em lugar seguro.
• Após três semanas, faça uma revisão geral. Finalize a redação e passe a usar esses planos como “pano de fundo” para o projeto de sua vida.

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Vilfredo Pareto

Vilfredo Pareto (Paris, 15 de Julho de 1848 — Céligny, 19 de Agosto de 1923) foi político, sociólogo e economista italiano.

Biografia
A família de Vilfredo Pareto, originária da Ligúria, detinha o título de nobreza desde o início do século XVIII. Seu avô, Giovanni Benedetto Pareto, foi nomeado Barão do Império por Napoleão em 1811. Seu pai, recebeu asilo em Paris devido às suas idéias republicanas e antipiemontesas. Lá se casou com Marie Méténier, sua mãe.
Em 1867 a família de Pareto volta à Itália onde este conclui os estudos secundários clássicos e estudos científicos na Universidade Politécnica de Turim.
Durante o período de 1874 e 1892 vive em Florença, tendo sido engenheiro ferroviário e Diretor-Geral das estradas de ferro italianas. Nesta época também participa daSociedade Adam Smith em Florença e junto a esta em manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do governo italiano. Era adepto, na época, da democracia e do liberalismo. Em 1882 é candidato ao cargo de deputado sem sucesso.
Em 1889 casa-se com Alessandra Bakunin.
Entre 1892 e 1894 publica estudos sobre os princípios fundamentiais da economia pura, entre outros pontos da teoria econômica. Em 1892, após contato com L. Walras, este o indica para tomar seu lugar na cadeira de economia política da Universidade de Lausanne. Em 1893 assumiria o cargo.
Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).
Depois de separar-se de Alessandra Bakunin em 1901, passa a viver com Jeanne Régis em 1902.
Apartir de 1907, por motivos de doença passa a reduzir, pouco a pouco, seu trabalho como professor.
Em 1923 Vilfredo Pareto é nomeado Senador do Reino da Itália. Publica então dois artigos nos quais se aproxima do fascismo recomendando aos adeptos desta ideologia uma atitude liberal.

Teorias
Economia
Pareto introduziu o conceito de ótimo de Pareto e ajudou o desenvolvimento da microeconomia com a idéia de curva de indiferença.
A partir de então, tal princípio de análise, conhecida com Lei de Pareto, tem sido estendido a outras áreas e atividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX.

Sociologia
Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário à ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não-lógicas diferentemente do objeto da economia como sendo as ações lógicas.
A utilidade é o objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a estudar de forma lógica ações não-lógicas, que, segundo ele, são as mais comuns entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos.
A relação entre ciência e ação para Pareto se dá diretamente com as ações lógicas, uma vez que estas, ao se definirem pela coincidência entre a relação objetiva e subjetiva entre meios e fins (tal relação é verdadeira tanto objetivamente, constatada pelos fatos, quanto subjetivamente, presente na consciência humana, que conhece os fatos), está pautada pelo conhecimento das regularidades entre uma causa X e um efeito Y. No entanto, a ciência é limitada, ela conhece parte dos fatos e está em constante desenvolvimento, por isso, as ações baseadas nos conhecimentos produzidos por ela serem raras sendo mais frequentes as ações não-lógicas, que não conhecem a verdade dos fatos, mas que são baseadas nas intuições e emoções dos indivíduos e grupos.
Há, mesmo assim, probabilidades de sucesso nestas ações: aqueles que agem motivados por um ideal podem produzir efeitos objetivos na realidade, ainda que no curso de sua ação tenham que modificá-la para adaptá-la às circunstâncias até então desconhecidas.
É preciso, no entanto, ressaltar que a ciência não pode resolver os problemas impostos pela ação. Aquela não pode indicar quais os melhores fins para esta, pode somente indicar os meios mais eficazes para atingí-los uma vez escolhidos. A ciência, portanto, não se propõe a efetuar juízos de valor a respeito das ações individuais ou da organização social, não poderá solucionar seus problemas. Poderá sim criticá-los enquanto não-lógicos, ou seja, pautados numa relação falsa, não objetiva, entre meios e fins.

Gilberto Freyre


Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de Julho de 1987) foi um sociólogo, antropólogo,escritor e pintor brasileiro, considerado como um dos grandes nomes da história do Brasil.


Biografia
Filho de Alfredo Freyre, juiz e catedrático de Economia Política da Faculdade de Direito do Recife e de D. Francisca de Mello Freyre. Descendente de indígenas, espanhóis,portugueses e neerlandeses,[1] Gilberto Freyre inicia seus estudos freqüentando o jardim da infância do Colégio Americano Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura através das As Viagens de Gulliver. Todavia, apesar de seu interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com opintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos.
Em 1909 falece sua avó materna, que vivia a mimá-lo por supor ser o neto retardado, pela dificuldade em aprender a escrever. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais.
Freyre estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua principal referência intelectual. Em 1922 publica sua tese de mestrado "Social life in Brazil in the middle of the 19th century" (Vida social no Brasil nos meados do século XIX,)dentro do periódico Hispanic American Historical Rewiew, volume 5. Com isto obteve o título Masters of Arts.Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933. Em 1946, Gilberto Freyre é eleito pela UDN para a Assembléia Constituinte e, em 1964, apóia o golpe militar que derruba João Goulart. A seu respeito disse Monteiro Lobato:
O Brasil do futuro não vai ser o que os velhos historiadores disserem e os de hoje repetem. Vai ser o que Gilberto Freyre disser. Freyre é um dos gênios de palheta mais rica e iluminante que estas terras antárticas ainda produziram.
Ocupou a cadeira 23 da Academia Pernambucana de Letras em 1986.

Obras
 Casa-Grande & Senzala, 1933.
 Sobrados e Mucambos, 1936.
 Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem..., 1937.
 Assucar, 1939.
 Olinda, 1939.
 O mundo que o português criou, 1940.
 A história de um engenheiro francês no Brasil,1941.
 Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
 Sociologia, 1945.
 Interpretação do Brasil, 1947.
 Ingleses no Brasil, 1948.
 Ordem e Progresso, 1957.
 O Recife sim, Recife não, 1960.
 Vida social no Brasil nos meados do século XIX, (1964).
 Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
 O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.

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Émile Durkheim

Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.
Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidadesmorais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.
Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).
A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social (1893); Regras do método sociológico(1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo inteiro.

Biografia
Émile Durkheim nasceu em Epinal, na Alsácia no dia 15 de abril de 1858. Descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para Alemanha. Ainda moço decidiu não seguir o caminho dos familiares levando, pelo contrário, uma vida bastante secular. Em sua obra, por exemplo, explicava os fenômenos religiosos a partir de fatores sociais e não divinos. Tal fato não o afastou, no entanto, da comunidade judaica. Muitos de seus colaboradores, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss formaram um grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Entrou na École Normale Supérieure em 1879 juntamente com Jean Jaurès e Henri Bergson. Durante estes estudos teve contatos com as obras de Augusto Comte e Herbert Spencer que o influenciaram significativamente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo das humanidades. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social, As regras do método sociológico, O suicídio, Formas elementares da vida religiosa, Educação e sociologia, Sociologia e filosofia, e Lições de sociologia.

Pensamento
Durkheim formou-se em Filosofia, porém sua obra inteira é dedicada à Sociologia. Seu principal trabalho é na reflexão e no reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva". Ele parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.
A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia.
Nem tudo que uma pessoa faz é um fato social, para ser um fato social tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto é, o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, é um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a alguém, é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas.
O mérito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro "As regras do método sociológico", onde define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extraída das ciências naturais, dá seriedade à nova ciência. Era necessário revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.
Em seus estudos, os quais serviram de pontos expiatórios para os inícios de debates contra Gabriel Tarde (o que perdurou praticamente até o fim de sua carreira), ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste raciocínio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição social e Anomia.
A instituição social é um mecanismo de proteção da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, polícia ou qualquer outra, elas agem fazendo força contra as mudanças, pela manutenção da ordem.
Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas instituições são valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputação de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras (num conceito do próprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. O homem que inovou construindo uma nova ciência inovava novamente se preocupando com fatores psicológicos, antes da existência da Psicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro grande homem: Freud.
Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as conseqüências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do sociólogo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade.
Na tentativa de "curar" a sociedade da anomia, Durkheim escreve "Da divisão do trabalho social", onde ele descreve a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em, seguindo o exemplo de um organismo biológico, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para sobreviver, se cada membro da sociedade exercer uma função na divisão do trabalho, ele será obrigado através de um sistema de direitos e deveres, e também sentirá a necessidade de se manter coeso e solidário aos outros. O importante para ele é que o indivíduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgânica, interiorizada e não meramente mecânica.

Principais obras
 Da divisão do trabalho social, 1893;
 Regras do método sociológico, 1895;
 O suicídio, 1897;
 As formas elementares de vida religiosa, 1912;

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Pesquisas com células-tronco embrionárias são liberadas

A Lei de Biossegurança foi sancionada por Lula em 2005. Desde então, uma ação de inconstitucionalidade e um pedido de vistas do julgamento movimentaram o debate em torno das células-tronco embrionárias no Brasil. Em 29 de maio, as pesquisas foram liberadas no Supremo Tribunal Federal, por 6 votos contra 5

A POLÊMICA
Por seis votos contra cinco, o STF - Supremo Tribunal Federal liberou, no dia 29 de maio de 2008, as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias. O julgamento, tido como um dos mais importantes da história do STF começou em março de 2008 e foi interrompido por um pedido de vista do ministro Carlos Alberto Menezes Direito. Foi reiniciado em 28 de maio e trouxe de volta à população brasileira os impasses entre a pesquisa científica e os preceitos religiosos.

Como a retirada de células-tronco do embrião geralmente acarreta a sua destruição, o ponto central dos debates é: fazer pesquisas com essas células significa interromper uma vida em desenvolvimento? E quando, afinal, tem início a vida humana?

Enquanto a Igreja Católica defende que é no instante da fecundação, a maioria da comunidade científica acredita que seja a partir do 14º dia de gestação - quando é formado o sistema neural do embrião. Há especialistas que acreditam que a vida comece em outros momentos da gravidez, e, ainda, existe quem defenda que a vida inicia apenas no ato do nascimento.

Essas dúvidas permearam as falas dos ministros do STF que, como lhes era de dever, tentaram abordá-las à luz da Constituição brasileira - que protege o direito à vida e a dignidade da pessoa humana. Ainda assim, a legislação permite diferentes leituras, e isso ficou explícitas nas acalouradas discussões ocorridas entre os 11 ministros que julgaram o caso.

AS CÉLULAS
As células-tronco adultas, encontradas na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, também são objeto de estudo dos cientistas. Mas elas não envolvem polêmicas porque não implicam, em nenhuma interpretação, no impedimento à vida. Já as células-tronco embrionárias existem apenas nos primeiros estágios de formação de um organismo, e a sua retirada geralmente destrói o embrião.

Elas são o foco da comunidade científica porque têm o potencial de se transformar em qualquer célula ou tecido de um organismo. São, portanto, as mais promissoras para o estudo e o tratamento de doenças degenerativas, tais como o mal de Parkinson e o mal de Alzheimer. Ainda podem significa avanços no tratamento da osteoporose, do diabetes, de traumas na coluna, na recuperação de áreas infartadas e da visão, no caso de pessoas com problemas na retina.

Os cientistas apontam como quase incalculáveis as possibilidades de pesquisa. Porém, sabem que as perspectivas são a de um longo processo: para as células se tornarem úteis em terapias degenerativas, é necessário que sejam elaborados métodos de controle do seu desenvolvimento. A liberação para as pesquisas é, portanto, apenas o primeiro passo.

Explica o Doutor José Roberto Goldim:
As novas pesquisas com células tronco, ou também denominadas de células-mãe ou ainda células estaminais, têm despertado um grande debate. O primeiro relato de pesquisa em células tronco utilizando células embrionárias humanas foi publicado em 1998 pela equipe do Prof. James A. Thomson, da Universidade de Wisconsin/EUA. Neste mesmo ano, a equipe do Prof. John D. Gearhart, da Universidade Johns Hopkins, realizou pesquisas com células tronco fetais humanas.
Vários segmentos da população tem assumido uma posição contrária a este tipo de pesquisas, pois afirmam que o bem da sociedade não pode ser obtido a partir da morte de alguns indivíduos, mesmo que ainda em fase embrionária. A Igreja Católica Romana tem defendido esta posição, igualmente aceita por muitos cientistas e filósofos não vinculados a ela, de que a vida de uma pessoa tem início na fecundação, desta forma não há justificativa eticamente adequada para tal tipo de pesquisa. A Igreja da Escócia, de orientação cristã protestante, também defende esta mesma posição, mas aceita, desde 1996, a realização de pesquisas com embriões, desde tenha por objetivo solucionar situações de infertilidade ou decorrentes de doenças genéticas. Este posicionamento de defender o primado do indivíduo sobre a sociedade remonta a Claude Bernard, que afirmou em 1852, que:
O princípio da moralidade médica e cirúrgica é nunca realizar um experimento no ser humano que possa causar-lhe dano, de qualquer magnitude, ainda que o resultado seja altamente vantajoso para a sociedade.

O potencial de aplicações médicas desta nova fronteira de conhecimento - a utilização de células tronco para produzirem materiais biológicos - tem sido utilizado como justificativa moral para esta prática. Os que defendem a realização de pesquisas com células tronco embrionárias humanas utilizam o raciocínio moral de que um bem social, que será útil para muitas pessoas que sofrem de doenças hoje incuráveis, se sobrepõe ao de um indivíduo. Ainda mais quando este indivíduo é um embrião em fases iniciais. Muitas pessoas não reconhecem o status de indivíduo para os embriões em estágios iniciais, tanto que utilizam a denominação de pré-embrião, que foi proposta no Relatório Warnock, em 1984. Várias personalidades do meio político, artístico e científico tem se posicionado neste sentido. O Prof. Paul Berg, criador da técnica do DNA recombinante e propositor da moratória de pesquisas de Asilomar, única que efetivamente teve seu resultado atingido, defende a idéia de que os embriões congelados e não utilizados para fins reprodutivos, quando atingirem o limite de sua validade de uso legal devem servir como material para pesquisas. Esta posição, de que o bem da sociedade pode estar acima do indivídual já havia sido proposta por Charles Nicolle, que foi diretor do Instituto Pasteur, na Tunísia. Uma citação utilizada por Tereza R. Vieira exemplifica esta posição:
A consciência humana, as leis, a humanidade, a consciência dos médicos condenam a experimentação no homem, mas ... ela é sempre feita, se faz e se fará por ser indispensável ao progresso da ciência médica para o bem da humanidade.
O impedimento de utilizar embriões neste tipo de pesquisa não inviabiliza a investigação do uso de células tronco para fins terapêuticos. As células tronco, ou stem cells, podem ser obtidas de outras fontes que não embriões. Em experimentos animais já foi possível obter células diferenciadas de fígado. Estas pesquisas também podem ser realizadas com células obtidas a partir da medula óssea humana ou de células de cordão umbilical. O argumento utilizado é que a s células embrionárias são mais promissoras. A utilização de células tronco adultas com o objetivo de recuperar tecido miocárdico já esta sendo realizada em seres humanos em vários centros de pesquisa.
Em agosto de 2000, o Reino Unido aprovou a realização destas pesquisas em embriões. As regras norte-americanas atuais são mais restritivas que as britânicas, contendo, inclusive, algumas incoerências morais. Uma delas é a de permitir o uso de células embrionárias provenientes de embriões produzidos específicamente para este fim, desde que as mesmas sejam retiradas em laboratórios sem subvenção federal norte-americana. Esta posição repete a já ocorrida anteriormente na década de 1970, quando foi proibida a utilização de recursos federais para pesquisas em embriões visando a reprodução assistida. Esta proibição não impediu a realização de pesquisas nesta área e forçou a migração de pesquisadores para laboratórios privados e para o exterior. A proposta preliminar destas diretrizes foram discutidas com a população norte-americana desde dezembro de 1999. A Igreja Católica reiterou a sua condenação para tal tipo de liberação, considerando estas pesquisas como "ilícitas". Na Austrália foi proposta uma lei que propõe apenas a utilização de células embrionários oriundas de embriões gerados para fins reprodutivos antes de 5 de abril de 2002 e não utilizados. Será proibida a clonagem terapêutica e reprodutiva, assim como a geração de quimeras humanas ou a produção de embriões com material genético oriundo de mais de duas pessoas. A Costa Rica, por sua vez, não aceita qualquer tipo de pesquisa em embrião. No Brasil, aLei de Biossegurança incluiu a questão da pesquisa em células tronco, em uma legislação bastante confusa. Por esta Lei, é possível utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e que já estavam congelados anteriormente a 2005. São diferentes reações frente ao desconhecido, incerteza e risco dos novos conhecimentos. O que chama a atenção é a utilização de duplo-standard, ou seja, utilizar critérios diferentes para situações iguais, ferindo o Princípio da Justiça.
Ao longo de 2001 foram publicados vários artigos em diferentes periódicos leigos e de divulgação científica defendendo e negando a pesquisa em células tronco embrionárias. Na revista Correio da UNESCO foi publicado um artigo sobre o tema com uma grande preocupação sobre a possibilidade de envolvimento econômico na obtenção de gametas e embriões para a produção de células tronco. A revista TIME, de 25 de junho de 2001, publicou um artigo defendendo a pesquisa em células tronco embrionárias, assim como o New York Times, que dedicou um editorial neste sentido em 15 de julho de 2001.
A surpresa foi a publicação de um artigo científico em julho de 2001, na revista Fertility and Sterility, apresentando os resultados de uma pesquisa com células tronco embrionários realizada com óvulos e espermatozóides obtidos para fins não reprodutivos. Os pesquisadores pagaram US$1.000,00 para as mulheres que cederam seus óvulos e US$50,00 para os homens que cederam espermatozóides. O investigador principal Gary Hodgen já havia abandonado o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, quando houve a proibição para pesquisa em embriões para fins reprodutivos, indo trabalhar no Jones Institute for Reproductive Medicine, vinculado a Eastern Virginia Medical School, em Norfolk, Virginia/EUA. O Prof. Hodgen, a exemplo do Prof. Thomson, já publicou 351 artigos na área de reprodução humana e de primatas desde 1967.
Esta pesquisa, que evidencia que a barreira da produção de embriões sem finalidade reprodutiva para produzir células tronco foi rompida, inclusive com a remuneração pela cessão dos gametas necessários. A possibilidade de que as células geradas tenham sido produzidas por partenogênese só agrega mais pontos de discussão e não atenua a situação. Isto demonstra claramente o efeito slippery slope. De acordo com este conceito, pequenas concessões podem gerar consequências imprevisíveis.
Recentemente, as pesquisas com células-tronco tiveram inúmeras situações que atestam os riscos de espetacularizar a Ciência e o conhecimento humano. A utilização de falsas promessas, como argumento para aprovação de documentos legais, a divulgação de resultados de pesquisa fraudulentos e a venda de produtos sem comprovação médíco-científica, se aproveitando do desespero de pacientes ou de seus familiares têm demonstrado o quão importante é o papel do controle social nas questões de saúde e pesquisa em saúde.

Várias questões éticas permanecem na área da pesquisa em células tronco embrionárias:
• É adequado utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e não utilizados, cujos prazos legais de utilização foram ultrapassados, para gerar células tronco embrionárias ?
• É aceitável produzir embriões humanos sem finalidade reprodutiva apenas para produzir células tronco ?
• A justificativa da necessidade de desenvolver novas terapêuticas está acima da vida dos embriões produzidos para este fim ?
• Por que não incentivar as pesquisas utilizando células tronco obtidas de outras formas, que também tem demonstrado bom potencial ?
• É aceitável a utilização de óvulos não humanos para servirem substrato biológico para pesquisas em células tronco humanas, desconhecendo-se os riscos envolvidos neste tipo de procedimento ?
• É justo criar um clima de expectativa para pacientes e familiares de pacientes sobre a possibilidade de uso terapêutico de células que sequer foram testadas em experimentos básicos ?

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